Contato com o Administrador : ocantodogalo@gmail.com

Fábio entre Galo e Cruzeiro

Goleiro trocou o Galo pelo Cruzeiro na década de 1960, causando polêmica

A passagem do goleiro Fábio pelo Cruzeiro não foi marcante – claro que não se trata do atual, mas de outro, que defendeu a equipe celeste na década de 1960. Fábio Arlindo de Medeiros disputou 78 jogos de 1963 a 1966 e chamou mais a atenção na chegada e na saída do clube. Em março de 1963, o goleiro trocou o Atlético pelo Cruzeiro, numa transferência que estremeceu a relação entre as duas diretorias.

Na edição do dia 2 daquele mês, o Estado de Minas anunciou: “Transfere-se Fábio para o Cruzeiro”. “Quando tudo indicava que Fábio renovaria seu contrato com o Atlético, eis que o arqueiro firmou compromisso com o Cruzeiro, ontem à tarde, por quinze meses, mediante salário padrão do clube barropretano”, publicou o jornal. O presidente celeste na época, Felício Brandi, depositou na Federação Mineira de Futebol (FMF) Cr$ 2,5 milhões, quantia em que estava fixado o atestado liberatório de Fábio, conforme contrato que o prendia ao Atlético. O vínculo com o alvinegro havia terminado em 22 de fevereiro, e o goleiro vinha negociando a renovação com a diretoria atleticana.

O presidente do Galo, Fábio Fonseca, protestou contra a transferência do goleiro. “O dirigente do Cruzeiro está instituindo um autêntico regime de pirataria no futebol mineiro. Sua falta de ética, aliás, já é por demais conhecida. Esta não foi a primeira e nem a última vez que o presidente do Cruzeiro surpreende os esportistas mineiros com atitudes desleais”, declarou ao EM.

ACUSAÇÃO  - Até o goleiro Fábio foi acusado pelo dirigente atleticano: “Ficamos ainda mais surpresos. Ele mostrou ser um ingrato, pois o Atlético não merecia um tratamento dessa espécie. Fábio esteve contundido muito tempo, demos-lhe completa assistência médica e ele recebeu integralmente os seus vencimentos”, reclamou Fábio Fonseca, não reconhecendo que a diretoria apenas cumpriu as obrigações trabalhistas com o goleiro, que estava no clube desde 1960. Mas o clima ruim foi superado, já que Fábio voltou a defender o Galo em 1968, totalizando 124 partidas com a camisa alvinegra.

A saída de Fábio do Cruzeiro, no início de 1966, também entraria para a história do clube. Na troca dele com o atacante Marco Antônio, do São Paulo, veio para a Toca da Raposa, de contrapeso, outro goleiro: Raul Guilherme Plassmann, que se tornaria um dos maiores ídolos da torcida celeste. No tricolor paulista, Fábio disputou 43 partidas em dois anos, antes de retornar ao Atlético.

(Texto de Eugênio Moreira para a sessão “Um Momento na História” do jornal “Estado de Minas” de 06/03/2014)
.